Review | Paris+ par Art Basel

A Paris+ par Art Basel foi anunciada neste ano como mais um destino internacional estratégico para acompanhar as movimentações e principais tendências do mercado de arte. O evento, que aconteceu entre os dias 19 e 23 de outubro, contou com uma programação extensa dedicada à arte contemporânea e moderna no Grand Palais Éphémère. Além da feira, o evento contou também com uma programação paralela de exposições, que movimentou espaços públicos, privados e apontou artistas em ascensão.
Confira os highlights escolhidos pela nossa equipe de art advisors, que acompanhou, junto a clientes, tanto a feira, quanto a programação paralela.

ARTISTAS
Małgorzata Mirga-Tas (Zakopane, Polônia, 1978)
Vive e trabalha em Czarna Góra, uma aldeia cigana das Montanhas Tatra, entre a Eslováquia e a Polônia. É escultora, pintora, educadora e ativista - desenvolveu uma técnica escultórica autoral usando o papelão como matéria-prima - ela esculpe nas camadas coladas, usando a cor e a textura do papelão. Por meio da técnica, a artista cria representações semi-abstratas e surreais de animais, combinando a vida cotidiana na aldeia onde vive. A artista participou da última edição da Bienal de Veneza, neste ano, representando o pavilhão de seu país.
Maxwell Alexandre (Rio de Janeiro, Brasil, 1990)
Vive e trabalha na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro e tem uma poética urbana que passa pela construção de narrativas estruturadas a partir de suas vivências cotidianas pela cidade e pela favela. Trabalha com diferentes suportes como lonas de piscinas Capri, porta de madeira e esquadrias de ferro, onde surgem personagens anônimos em situações recorrentes nas periferias. Apesar da sua jovem carreira, tem reconhecimento internacional e é um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira. Em 2022, o artista realizou duas importantes mostras individuais internacionais, uma no Palais de Tokyo, em Paris, e outra no The Shed, em Nova Iorque. Na Paris+ par Art Basel, o artista apresentou um projeto solo no estande da galeria A Gentil Carioca.
Mimosa Echard (Alès, França, 1986)
Vive e trabalha em Paris e investiga a criação de ecossistemas híbridos onde coexistem o vivo e o não-vivo, o humano e o não-humano. Seus trabalhos exploram áreas de contato e contaminação entre objetos orgânicos e objetos de consumo - elementos que, em nossas convenções culturais, podem parecer contraditórios. Entre os materiais, utiliza desde plantas medicinais recolhidas no seu jardim até produtos cosméticos ou componentes eletrônicos, além de folhas de cobre, correntes de metal e conchas. Além disso, a artista é vencedora do Marcel Duchamp Prize, premiação anual concedida a um jovem artista e realizada pela Association pour la Diffusion Internationale de l'Art Français.
Nina Canell (Vexiônia, Suécia,1979)
Vive e trabalha em Berlim e faz da natureza do processo o principal material de sua prática artística. Seu trabalho se materializa em esculturas e se caracteriza por uma síntese de relações, onde as formas materiais e as forças imateriais são colocadas em proximidade, facilitando o surgimento de relações dinâmicas. Participou das bienais de Veneza, Sydney, Lyon, Gwangju e Liverpool, bem como de exposições coletivas no Museu de Arte Moderna de Nova York; Palácio de Tóquio, Paris; Guggenheim, Bilbao e outros.
Ymane Chabi-Gara (Paris, França, 1986)
Vive e trabalha na França e pesquisa o isolamento, a solidão, o corpo em relação ao mundo e à condição de ser social - temas que são os principais abordados em suas pinturas. Representa indivíduos, sozinhos ou em pequenos grupos, em universos e situações que espelham a sua interioridade. É graduada em La Cambre em Bruxelas em 2008 e no Beaux-Arts de Paris em 2020 e já recebeu vários prêmios internacionais como o International Grand Prix of the Takifuji Art Award, Japan, 2020, o Rose Taupin-Dora Bianka Prize, bem como Prêmio Sisley Beaux-Arts de Paris.
EXPOSIÇÕES
Monet - Mitchell / Fundação Louis Vuitton
Até 27/02/2023 As exposições "Monet - Mitchell", em exibição na Fundação Louis Vuitton, propõem um diálogo entre o legado dos artistas Claude Monet (1840-1926) e Joan Mitchell (1925-1992). O formato inovador de criar um diálogo entre produções diferentes que partilham de pontos em comum relaciona as paisagens pintadas pelos dois artistas durante suas carreiras. O resultado da expografia é o encontro das telas gestuais e energéticas de Monet e Mitchell, que retratam a folhagem, a água e a atmosfera - elementos capazes de refletir a afinidade mútua com a paisagem. A exposição reúne 60 obras emblemáticas de ambos os artistas e permite ao público uma viagem imersiva marcada por desdobramentos pictóricos paralelos e complementares.
Earthseed: Julie Curtiss, Loie Hollowell, Marguerite Humeau / White Cube Paris
Até 17/12/2022 O mundo distópico criado por Octavia E. Butler (1947−2006), influente autora de ficção científica, é o ponto de partida para a mostra, que reúne obras que remetem a uma viagem no espaço considerando diferentes movimentos do corpo feminino como espaço de transformação e portal para a imaginação. As três artistas contemporâneas que têm o seu trabalho em diálogo se conectam por meio do corpo feminino. Marguerite Humeau localiza as raízes de nossa sensibilidade espiritual emaranhadas com as origens da consciência humana e especula sobre a evolução; Julie Curtiss apresenta uma inquietante representação surrealista da feminilidade e sugere rituais; por fim, Loie Hollowell celebra a reprodução humana, em uma linguagem de formas que remetem à terra e aos cosmos.
James Turrell / Gagosian
Até 22/12/2022 Além de participar da edição inaugural da Paris+ par Art Basel, James Turrel tem dois trabalhos em exibição na Gagosian - Ariel, 2022, um grande formato em forma de diamante em cores e um trabalho em médio formato em forma de elipse, intitulado Game, 2022. O artista conduz sua produção artística a partir de um estudo de psicologia perceptiva que explora desde a década de 1960 - com fenômenos desde a privação sensorial até efeitos ópticos intensos. Turrell explora a luz como seu principal tema e matéria-prima, em projetos que se destacam por romper com os limites da visão enquanto expandem o pensamento.
Alicja Kwade / Place Vendôme
Até 13/11/2022 A Place Vendôme recebe uma instalação monumental da artista polonesa-alemã Alicja Kwade que combina globos de pedra natural e escadas de concreto, que carregam um simbolismo da continuidade inerente à natureza humana, feita por ciclos que alternam entre tentar se levantar e cair. A artista, que é uma entusiasta da arte em espaços públicos, pensou em uma instalação capaz de propor um senso comunitário de interação acerca da obra, que surpreende pelos grandes formatos mas também pelo potencial de unir gerações.
Giuseppe Penone / Centre Pompidou
Até 06/03/2023 Embora seja mais conhecido pela produção artística em esculturas, Giuseppe Penone, artista contemporâneo representante do movimento italiano da Arte Povera, sempre produziu desenhos. A mostra individual no Centre Pompidou reforça a outra faceta do artista e reúne 241 desenhos, muitos deles inéditos, que representam diferentes fases da sua trajetória artística, quatro esculturas da coleção do Musée National d'Art Moderne, além de duas esculturas pertencentes ao artista, que revelam também as matérias-primas predominantes em sua produção: madeira, barro, pedra, folhas e bronze.

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