Review | 8 artistas em destaque na Zona Maco e na Arco Madrid

A temporada de feiras do primeiro semestre já movimenta o mercado global de arte contemporânea nos primeiros meses do ano. Na América Latina, a Zona Maco, que aconteceu na Cidade do México entre os dias 8 e 12 de fevereiro, reuniu quatro espaços distintos: o principal, com galerias e artistas contemporâneos mais expressivos no cenário global; a ZⓈONAMACO SUR, composta por por galerias que representam artistas e projetos que se inspiram nos conceitos de feminino; um espaço dedicado à arte moderna e obras históricas no contexto da América Latina e, por fim, o EJES, área dedicado para projetos diálogo entre artistas.
No continente europeu, a  Arco Madrid abriu o calendário entre 22 e 26 de fevereiro com o programa geral da feira, composto por galerias selecionadas, além de espaços dedicados às jovens galerias e ao fomento da arte latino-americana.  Além disso, a Fundação Arco, na ocasião da feira, adquiriu obras de três artistas contemporâneas brasileiras: Tadaskia, Lais Amaral e Solange Pessoa. Selecionamos alguns highlights de artistas, de diferentes nacionalidades, que nos marcaram pela qualidade de suas produções e posição de destaque nos eventos.

Eftihis Patsourakis (Creta, Grécia, 1967)
Eftihis Patsourakis tem uma prática artística multidimensional que explora uma variedade de questões como a memória individual e coletiva, combinando referências sociais e culturais mais amplas com reinterpretações específicas da história da arte moderna. Utiliza materiais triviais que se tornam elementos estruturais da imagem, principalmente através do seu uso repetitivo. Como referências evidentes à estética do objeto minimalista, bem como à estética da pintura moderna, estes pequenos itens cotidianos transformam-se em sinais quando colocados com um sentido absoluto de escala equitativa. A sua obra move-se entre a estética do sublime, a sensibilidade mecanicista e abstrata do minimalismo e numa dimensão de inovação pop banal.
Leonor Serrano Rivas (Málaga, Espanha, 1986)
Leonor Serrano Rivas parte da instalação como suporte para gerar espaços nos quais o espectador deixa de ser apenas um agente passivo e assume um papel fundamental na obra. Assim, o seu trabalho oscila entre a performance e o teatro, entendendo o público como um elemento indispensável para a concretização da experiência artística e exigindo a sua presença para que a peça fique completa.
Hudinilson Júnior  (São Paulo, Brasil, 1957 - São Paulo, Brasil, 2013)
Hudinilson Urbano Júnior foi um artista multimídia. Iniciou seu aprendizado artístico nas sessões de filmes sobre arte exibidos no Museu Lasar Segall no início dos anos 1970. Realizou experiências com xilogravura durante o período colegial e produziu fotografias no laboratório do Museu Lasar Segall. Muitas obras foram adquiridas por instituições europeias.
Teresa Solar Abboud (Madri, Espanha, 1985)
Teresa Solar Abboud aborda em sua produção artística temas e conceitos como resistência, isolamento e imunidade, que são desenvolvidos através de uma produção multidisciplinar centrada na escultura e no desenho e baseada na criação de narrativas multifacetadas. Garganta, poro, escotilha, língua, cachimbo, são elementos presentes em algumas de suas peças - preenchidas com conotações de conectividade e fluxo.
Samara Paiva (Manaus, Brasil, 1995)
Samara Paiva é pintora autodidata. Sua pesquisa se desenvolve a partir da pintura figurativa, como prática. Ela explora temas como intimidade, ambiente doméstico e vulnerabilidade e investiga como o corpo negro é percebido fisicamente e socialmente. Seu meio principal é a tinta a óleo e ela faz algumas experiências com desenho. Suas obras se destacam por características como construção de camadas, baixo contraste e cores escuras, para a artista são ferramentas de familiaridade e liberdade para o ser negro. Em 2022, foi selecionada para participar dos programas Good Black Art, Ventre da HOA Gallery, exposição LANCE no CCSP e SP Arte – Rotas Brasileiras.
Eduardo Sarabia (Los Angeles, EUA, 1976)
Eduardo Sarabia utiliza a narrativa como matéria-prima em suas obras. A linguagem que desenvolveu e o seu código estético são frutos da sua própria experiência de vida, mas também de um tipo de ficção. Nascido em Los Angeles, filho de pais mexicanos, Sarabia aborda o impacto cultural dos fenômenos sociais permeados por sua bagagem histórico-geográfica. As referências autobiográficas em suas obras são evidentes nas suas pinturas, que referenciam as histórias interiores que pairam entre o esquecimento, a ficção e a memória viva.
Mariela Scafati (Buenos Aires, Argentina, 1973)
Mariela Scafati é pintora, serigrafista e ativista queer. As suas obras pulsam os seus interesses mais pessoais: o desejo, a rua, a alteridade e remetem ao corpo e à expressão. Atua sem transições, seja costurando pedaços de tecido para compor geometrias ou escrevendo cartazes de um período de militância.
Ayan Farah (Sharjah, UAE, 1978) 
Ayan Farah faz pinturas não convencionais de mídia mista, bem como instalações, fotografias, vídeos e peças sonoras, através das quais explora a sobreposição entre ambientes naturais e artificiais, além de acaso e controle. É especialmente conhecida por seu trabalho com têxteis, em que desgasta, mancha e altera tecidos com materiais como terracota, sal, vinagre e cinzas. Suas obras são uma alquimia de substâncias aplicadas sobre tela, linho, e seda.

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